6 pensamentos prejudiciais que dificultam a perda de peso
Saúde e Bem-Estar 22/09/2016

6 pensamentos prejudiciais que dificultam a perda de peso

Miguel Lucas Publicado por Miguel Lucas

Cada um de nós pode ter a sua própria razão para perder peso e conduzir-nos a uma decisão de procurar a melhor forma de fazê-lo. É nesse momento que podemos tomar consciência das muitas opções e entrarmos num labirinto em que muito dificilmente sairemos dele. Somos diariamente bombardeados com ofertas de dietas em que todas têm um objetivo comum, a perda de peso. Mas será que todas têm também o objetivo de perder peso saudavelmente? Na grande maioria das vezes a relação com a comida muda. O alimento deixa de ser uma experiência agradável, e torna-se uma maneira de ter o peso ideal ou o corpo de sonho.

Para muitas pessoas a experiência pode ser traumática. Vómitos, abstinência de alimentos, aversão a alimentos, ingestão de bebidas de sabor horrível, contagem de calorias, sentimento de culpa, autoestima diminuída, frustração, insucesso, instabilidade emocional, problemas digestivos, entre outros. Comer pode-se ir transformado numa experiência agridoce.

Comida saudável

O termo comida saudável é corriqueiramente utilizado pressupondo que existe o contrário. Certamente existe comida tóxica, como alguns cogumelos venenosos, ou até mesmo alguns alimentos provocarem reações alérgicas a algumas pessoas, mas não é este assunto que quero falar. O que pretendo referir é que o termo utilizado deveria ser: Comer saudavelmente.

Partindo do principio que num mundo civilizado todos os alimentos têm de ser aprovados por uma entidade reguladora, como por exemplo, a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA – European Food Safety Authority), todos os alimentos (isoladamente) são saudáveis. Se não fossem, não seriam autorizados a serem consumidos. Até mesmo a tão mal fadada Fast Food é saudável. Ok, você talvez não concorde. Mas reflita de acordo com o que escrevi anteriormente. 

A importância dos nossos pensamentos sobre os alimentos 

Ver a comida como o seu inimigo, certamente irá fazer com que não coma saudavelmente, danificando o seu corpo, mente e espírito. Se uma dieta conduz alguém até ao ponto de deixar de ter prazer em comer, não é saudável. Nesta publicação, eu quero ajudá-lo a identificar e transformar os pensamentos que estão prejudicando o seu relacionamento com os alimentos e que o impedem de comer com alegria.

A maneira como você come é um reflexo dos seus pensamentos e percepções. Se você tem lutado com algum tipo de dieta, obcecando-se com calorias e restringindo as suas refeições, eu quero ajudá-lo a dar um passo atrás e mudar a sua mentalidade para que possa curar o seu relacionamento com os alimentos.

Em seguida apresento seis pensamentos prejudiciais sobre a comida que importa abandonar para voltar a comer saudavelmente

1. Pensar na comida como recompensa

Recompensar uma dieta saudável com ingestão excessiva de alimentos, como por exemplo num dia ruim, derrota o propósito de comer saudavelmente. Ter dias difíceis pode fazer as suas refeições diárias parecerem menos prazerosas. Além disso, os dias emocionalmente mais intensos geralmente transformam-se em episódios de compulsão alimentar, acabando no seu retorno fazer emergir o sentimento de culpa. Isso não contribui para a sua saúde ou felicidade.

Uma abordagem mais consciente é permitir que você se entregue a alimentos mais calóricos ??ocasionalmente em porções moderadas, ao invés de reservar certos momentos ou dias para compensar-se com excessos e sem filtro. Não veja essas indulgências como “recompensas” ou “prémios” reservados para certas ocasiões. Ao mesmo tempo, coma saudavelmente (usualmente diriam para você comer alimentos saudáveis, repito, todos os alimentos são saudáveis – o termo mais correto é: comer saudavelmente) de forma a sentir-se bem com as suas escolhas de alimentos.

Não limite as suas refeições, por exemplo apenas a vegetais, ou a sucos, ou comida insalubre. Expanda o seu menu diário para que esteja sempre comendo saudavelmente aquilo que você aprecia.

alimentos

2. Usar os alimentos como uma punição

Usar a comida para se punir é tão prejudicial quanto usar para se recompensar. Comer menos ou não comer para “punir” a si mesmo por comer demais só vai reforçar a sensação de que você foi “ruim”, e isso irá fazer com que fique mais ansioso e “paranóico” acerca da comida. Por exemplo, forçando-se a comer apenas certos alimentos que você não gosta, como: sucos verdes, chás de “detox”, saladas, para compensar episódios de compulsão ou porque se sente “gordo” irá privar o seu corpo dos nutrientes que você precisa.  

Você não precisa privar o seu corpo. Torturar-se não é a solução. A melhor coisa que você pode fazer para parar esse ciclo é praticar o amor próprio. Ame-se, ame o seu corpo e saiba que não precisa puni-lo. Uma dieta saudável com a intenção de perder peso, ou mantê-lo em boa forma física é abundante em alimentos variados e nutritivos. Se quiser começar de novo, não pare de comer. Coma alimentos menos calóricos ou com baixo teor de gordura: bagas, nozes, feijões, lentilhas, quinoa, todos os vegetais que você pode imaginar, muita água, grãos inteiros, sopas e muito mais.

3. Pensar na comida como conforto

A alimentação emocional acontece quando vemos a comida como uma forma de consolo. “Eu comi bolo muitas vezes esta semana, porque achei que me fazia feliz“. Eu sou um adolescente solitário, e o bolo faz-me sentir que a vida é um pouco mais doce por um momento.” Usar a comida para aliviar o impacto emocional quando nos sentimos tristes, irritados, solitários ou feridos pode ser viciante e consequentemente prejudicial. Começamos a associar a “felicidade” com a comida, e quanto mais nos sentimos bem no momento da ingestão de comida, mais difícil é quebrar o hábito de comer por impulso emocional.

Suportar-se na comida para se sentir melhor anula a oportunidade de trabalhar nos seus problemas de forma significativa. A melhor coisa que você pode fazer por si mesmo é procurar ativamente maneiras mais saudáveis de lidar com os seus problemas. Exercitar-se, meditar, ouvir musica, ler, dar uma caminhada, passear um cachorro, aprender uma nova habilidade, descansar e conversar com amigos são maneiras mais eficazes e saudáveis de levantar o seu humor.

4. Ver a comida como algo proibido

Ter uma dieta rigorosa e inflexível irá enfatizá-la e pode até não ajudar você a comer menos. As restrições de alimentos muitas vezes resultam em pensamentos de desejo que aumentam a ânsia sobre o alimento que você está “restringindo”, por exemplo, cachorros, brownies, sorvete, chocolate, e isso evita que você desfrute plenamente das refeições que escolhe comer. Estudos mostram que as pessoas que fazem restrição alimentar severa têm mais pensamentos sobre alimentos do que quem não faz restrições.

A restrição como uma obrigatoriedade, não permitirá que você se sinta em paz ou feliz com as suas escolha de comida. Não estou a incentivá-lo a comer sem limites ou a comer desenfreadamente, nada disso. Sugiro que foque os seus esforços por uma outra perspectiva. Em vez de proibir os alimentos, permita-se a comê-los em porções adequadas e de acordo com os seus objetivos de saúde, imagem e bem-estar físico e emocional. Proibir alimentos faz aumentar o desejo e é ineficaz. Permita-se a comer de acordo com os seus objetivos maiores. A sua mente ficará em paz e você vai comer de forma mais saudável.

Ao invés de dizer: “Eu não posso comer isto.”

Diga: “Agora não vou comer isto, porque tenho vindo a sentir-me bem com menos peso.”

5. Ver os alimentos como entretenimento

Quando você vai ao cinema, come pipocas porque está realmente com fome ou simplesmente porque é assim que é habitual? Neste contexto, as pipocas são parte da experiência de diversão. Se esta situação for pontual, certamente não terá problema de maior para a sua saúde ou peso. No entanto, se você começar a alimentar-se como uma forma de entretenimento toda vez que você está entediado, vai comer demais e não irá saborear devidamente as outras refeições. Comer conscientemente significa estar ciente da sua comida e aproveitar a experiência.

Usar a comida como distração não permitirá que você aproveite as suas refeições do mesmo jeito. Em vez de usar a comida como entretenimento, encontre formas construtivas para ocupar a sua mente. As atividades que o envolvem, como jogar um jogo, ler um romance, desenhar, organizar ou exercitar-se são melhores para sua mente e corpo.

6. Medir a autoestima com base em quanto você come

Finalmente, não dê aos alimentos o poder de medir a sua autoestima. Você é mais que aquilo que come ou quanto come. Penalizar-se sobre o que come é exatamente o que prejudica o seu relacionamento com a comida e rouba a sua felicidade. Se percebe que comeu em excesso ou ingeriu algum alimento que acha que não devia, tome consciência do que o levou a esse comportamento. Não se penalize, tente perceber qual o gatilho, assunto ou impulso que tomou a decisão por si.

Se você sente que não está comendo saudavelmente, não fique com raiva de si mesmo. Pode fazer uma mudança para melhor e aferir a sua dieta sempre que você decidir. É importante que veja a comida como seu aliado, e não como o inimigo.

Consideração final

A função da comida não deve ser fazê-lo sentir-se culpado, preocupado ou restringi-lo de alguma forma. Tem a função de nutri-lo, e fazê-lo sentir-se melhor. Se quiser curar o seu relacionamento com os alimentos, comece por transformar (substituir) os pensamentos nocivos que o impedem de aproveitar plenamente a sua experiência gastronómica.

Abraço,

Miguel Lucas

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