Como desenvolver equilíbrio emocional
Desenvolvimento Pessoal 22/09/2016

Desenvolver equilíbrio emocional – Como ser um campeão na sua vida – Parte II

Miguel Lucas Publicado por Miguel Lucas

Já lhe aconteceu ter um determinado comportamento ou atitude e posteriormente arrepender-se? Eu já. Isto acontece quando reagimos de forma emocional, de forma automática. Uma das coisas que faz com que percamos a cabeça, é o fato de não termos controlo total sobre os nossos pensamentos e ações. Sim, o equilíbrio emocional é extremamente importante para tomarmos decisões acertadas na nossa vida. O nosso equilíbrio emocional está dependente do conhecimento que temos dos nossos estados internos e da influência que estes têm sobre o nosso pensamento, comportamento e atitudes.

Como um atleta de alta competição que no momento decisivo tem de saber controlar as suas emoções a favor do melhor desempenho possível, assim é na nossa vida, para que possamos desempenhar um conjunto de atividades que nos sirvam, temos igualmente de ter controlo sobre  as nossas representações internas através dos cinco sentidos: visão, audição, tacto, paladar e olfato.

As pessoas não têm normalmente falta de recursos, têm sim, falta de controlo sobre os seus recursos. Neste artigo tenho por objetivo explicar a forma de mudar os seus estados, para que possa produzir o que quiser e quando quiser. Este artigo ensiná-lo-á a ter controlo, a tirar mais partido da sua vida, a mudar os seus estados, as suas ações e, consequentemente, os resultados que produz no seu corpo.

Não deixe de ler também todas as outras partes desta série de artigos sobre como ser um campeão na sua vida:

A série: Como ser um campeão na sua vida, pretende dar a conhecer aos leitores as estratégias e processos que lhe permitirão ser bem-sucedido nas várias áreas da sua vida.

Desenvolvimento da musculatura emocional

Nós apenas conseguimos aprender quando seletivamente e intencionalmente colocamos a nossa atenção  nos estímulos e informação que escolhemos, com base na nossa livre vontade. Como seres humanos, temos o privilégio de escolher onde colocar a nossa atenção, e durante quanto tempo.

Considere esta ideia: A realidade pode existir onde quer que a nossa mente se foque.

Por exemplo, nós conseguimos reavivar uma memória de dor, e em questão de segundos, trazê-la para a nossa vida. Nós conseguimos ainda reviver a experiência emocionalmente. Quando o fazemos, quer gostemos ou não, o nosso cérebro cria uma libertação intensa de sinais químicos para o corpo, e produz praticamente o mesmo efeito da experiência original. A nossa atenção é dinâmica. Conseguimos projetá-la para o futuro ou conseguimos transportá-la para o passado.

A nossa livre atenção pode ser a nossa maior dádiva ou o nosso maior pesadelo. Consequentemente se conseguirmos desenvolver a “musculatura emocional” tal qual um atleta desenvolve os seus músculos, desenvolvemos igualmente a capacidade de atingir uma concentração focada, os nossos pensamentos podem tornar-se mais reais que o mundo externo. Como é que isto é possível?

Estamos a falar na capacidade de controlar os elementos da realidade em que nos queremos focar. Focarmo-nos em algo, tem a ver com a capacidade de fazer escolhas e tomar decisões sobre total controlo. Para tudo é necessário trabalho. É necessário criar o hábito de dirigir a nossa atenção para a informação que achamos relevante para determinada situação e depois controlá-la.

Treinar a musculatura emocional

Tal como quando vamos a um ginásio para desenvolver a nossa condição física e nos propomos a um trabalho contínuo, com propósito e comprometimento, é exatamente aquilo que cada um de nós tem de fazer: praticar e exercitar os poderes da concentração.

Não é diferente daquilo que fazemos quando aprendemos a jogar ténis. Você nunca reparou no antebraço de um jogador profissional de ténis? O braço com que ele joga é muito mais desenvolvido que o o braço não dominante. Isso não acontece devido a nenhuma anormalidade genética, mas devido ao constante uso do braço que agarra a raquete em detrimento do outro.

Nós conseguimos fazer o mesmo com a nossa mente: conseguimos praticar a capacidade atencional vezes sem conta para desenvolver o lobo frontal do nosso cérebro, para que funcione a um nível muito elevado. Nós podemos fazer com que o nosso cérebro funcione melhor, e consequentemente tomamos decisões adequadas sobre o nosso controlo.

O desenvolvimento muscular no jogador de ténis, não é para a aparência mas para ser funcional. Mais massa muscular, dá ao jogador mais capacidade e mais controlo sobre os seus movimentos. O cérebro de alguém que expandiu a sua capacidade atencional, não tem os lobos frontais maiores, mas consegue acionar mais áreas funcionais e assim trabalhar com mais eficiência. Quando nos disciplinamos e controlamos os nossos impulsos, estamos também a utilizar esta área especializada do cérebro.

Controle dos impulsos

O que é extraordinário para o desenvolvimento do equilíbrio emocional, é que o lobo frontal inibe os comportamentos fortuitos (através de um processo chamado de controlo dos impulsos), de forma que cada pensamento não provoque um ato sem previamente ter sido pensado sobre as suas consequências. Este processo certamente evitaria a todos nós muitos problemas provocados pela ausência de raciocínio lógico de grande parte das nossas ações menos ajustadas.

A reter: A expressão das nossas emoções sobre controlo e sobre a égide do raciocínio, torna-se numa vantagem para a vida de todos nós.

Um reduzido nível de atividade no lobo frontal conduzirá a um fraco controlo sobre  as emoções e comportamentos impulsivos, o que provocará uma excessiva ativação da amígdala, que por sua vez provocará elevados níveis de reação emocional e tomada de decisão impulsiva. Tal como ocorre num ataque de pânico.

O desenvolvimento da musculatura emocional e consequente fortalecimento do foco atencional, permite-nos tomarmos decisões que suportam os nossos desejos em relação a um determinado objetivo.

Quando temos um elevado equilíbrio emocional, os nossos comportamentos correspondem ao nosso propósito, e as nossas ações correspondem às nossas intenções. A nossa mente e corpo são apenas um.

Quantas vezes os nossos comportamentos e propósito correspondem completamente? Quão frequentemente damos por nós em disputa com as nossas intenções e ações?

“Eu pretendo voltar a estar em forma novamente, e correr 5km todos os dias. Eu tenho intenção de deixar de beber refrigerantes com açúcar. Eu tenho intenção de ser mais paciente com os meus filhos, esposa e colegas de trabalho. Eu tenho intenção de perder 10kg até ao final do ano.”

Existe uma expressão que reflete este pensamento: O nosso ego por vezes passa cheques que o nosso corpo não pode pagar. Bem, o ego está simplesmente a seguir ordens da nossa mente, por isso devemos colocar o fracasso/falha exatamente onde pertence: Na nossa força de vontade para agir. Por vezes não seguimos em frente porque nós simplesmente “não sentimos isso.”

Quando deixamos os nossos sentimentos tomarem o controle, a nossa mente “adormece”, e fazemos correr o programa automático, reagindo todos os dias à constante tagarelice na nossa cabeça. O desenvolvimento da musculatura emocional, através do treino do lobo frontal, pela ação da atenção intencional, permite-nos silenciar o diálogo interno que nos retira as aspirações e elevação.

A reter: A ferramenta a treinar, é a capacidade de dirigir intencionalmente a nossa atenção para os nossos estados internos (pensamentos, sensações corporais, sentimentos, emoções) e controlá-las de forma a alterarmos o nosso estado, para um estado de recursos tal que possamos agir de acordo com as nossas intenções

O que é afinal o equilíbrio emocional?

Observe com atenção o vídeo:

Como podemos observar no vídeo o equilibrista mantém-se equilibrado porque está constantemente a executar uma série de pequenos movimentos sobre controlo. Na nossa vida é exatamente isso que sucede. O equilíbrio é um conjunto de pequenos desequilíbrios sobre controlo. Quanto mais perícia o equilibrista tiver, mais espectacular consegue ser, pois irá simular grandes desequilíbrios, dando a sensação de perda de controlo, para rapidamente retomar a ter perfeito controlo sobre os seus movimentos.

A vida é movimento, a vida é feita de contraste, tal como o planeta terra, que tem dois pólos, tudo na vida segue esse mesmo princípio. Quente/frio, Contente/triste, entusiasmado/deprimido, ansiosos/relaxado. Também o nosso organismo é regulado por um equilíbrio homeostático, que só é possível devido a um conjunto de trocas de químicos, líquidos, sais minerais, oxigénio, que se regulam na tentativa de estabelecer os valores indicados para a boa constância interna. Tudo é feito com um exato controlo para manter a vida.

O equilíbrio emocional segue o mesmo princípio, só que esse processo tem de estar sobre a autoridade da consciência, tem de ser um conjunto de pensamentos, escolhas e decisões que tomamos intencionalmente, tal como o equilibrista. Perante uma situação, temos de saber de que forma deveremos regular a interpretação que estamos a fazer e tomar uma decisão em consciência.

A consciencialização é o primeiro passo para a mudança. Conseguindo perceber o que se está a passar no nosso corpo, porque estamos a sentirmo-nos de determinada forma, porque razão temos vontade de reagir ou agir de certa maneira, porque estamos a ficar irritados, porque dizemos determinada afirmação? Se conseguirmos aprender a ler as reações fisiológicas que acontecem no nosso corpo, em situações críticas do dia-a-dia, temos a possibilidade de lhes impor a nossa vontade. Temos a possibilidade de tomar decisões que nos sirvam, decisões ajustadas e adequadas à situação. Sem que mais tarde nos possamos arrepender.

Como controlar o nosso estado emocional?

Para cada pensamento existe um determinado estado interno que é gerado (batimento cardíaco acelerado, fluidez de pensamento, aumento da temperatura corporal, tensão muscular aumentada, sudação, entre outros), estes sintomas, representam a preparação do corpo para a ação. Se atempadamente não nos apercebermos destes estados, eles vão gerar atitudes e comportamentos automáticos, irão formar uma resposta emocional, na maioria das vezes de forma impulsiva e pouco inteligente.

Em contraste quando conseguimos construir uma representação interna ou conceito das nossas intenções, independentemente dos fatores externos, a nossa mente irá tornar isso real, e produzir um “estado de ser” que se comporte em consonância. Este poder intencional é aquilo que admiramos nas pessoas que consideramos extraordinárias, nas pessoas que consideramos como nossos heróis.

“Nada tem mais poder sobre mim do que aquele que eu atribuo aos meus pensamentos conscientes.” Anthony Robbins

Wiilliam Wallace, Martin Luther King, São Francisco de Assis, Mahatma Gandhi, eram todos mestres do controlo emocional, tinham todos o lobo frontal muito desenvolvido. Conseguiam manter um elevado foco nas suas intenções: princípios de liberdade, não violência, honra, amor. Nunca se afastaram desse ideal, independentemente das dificuldades que enfrentavam.

Todas estas pessoas extraordinárias tinham a capacidade para intencionalmente tornar um ideal tão real, que através da sua constante atenção num conceito particular,  tornavam-no mais importante do que a necessidade dos seus corpos, das suas condições de vida ou até da concepção de tempo. Tal como um atleta que persegue o sonho de ser medalhado, participar nos Jogos Olímpicos, ou ganhar um campeonato, propondo-se para o efeito levar o seu corpo ao limite. Apenas o seu ideal ou sonho conta. Nada os impede de perseguirem o seu propósito.

A reter: O principio para desenvolver o equilíbrio emocional, é  a capacidade para focar intencionalmente todos os recursos do organismo no propósito que pretendemos alcançar.

Como trabalhar no equilíbrio emocional

Quando os seres humanos querem mudar algo, normalmente querem uma de duas coisas ou ambas: como se sentem, isto é, o seu estado e/ou como se comportam. Por exemplo: é frequente um fumador querer mudar a forma como se sente física e emocionalmente (estado) e também o seu padrão de comportamento no que diz respeito a fumar cigarros atrás de cigarros.

O nosso comportamento é o resultado do estado em que estamos. O equilíbrio emocional é também um estado. Se você pudesse estalar os dedos e entrar no estado mais dinâmico e com maior quantidade de recursos disponíveis, um estado no qual está excitado, seguro do seu sucesso, o seu corpo está a vibrar de energia, a sua mente está viva? Bem, mas pode.

A maioria dos nossos estados acontece sem qualquer ordem consciente da nossa parte. Vemos algo e reagimos a isso entrando num determinado estado. Pode ser um estado com muitos recursos e útil ou em estado sem recursos e limitador, mas a maioria de nós não faz praticamente nada para controlá-lo.

Quase tudo na vida que as pessoas querem é um estado de possibilidade. Faça uma lista das coisas que quer na vida. Quer amor? Bem, o amor é um estado, um sentimento ou emoção que comunicamos a nós próprios e sentimos dentro de nós próprios com base em certos estímulos do ambiente. Confiança? Respeito? São tudo coisas que criamos. Produzimos estados dentro de nós.

Talvez queira dinheiro. Bem você não quer propriamente pequenos pedaços de papel adornados com diversas cores e símbolos, você quer aquilo que o dinheiro representa para si: amor, confiança, liberdade, calma, segurança, ou qualquer outro estado que o dinheiro possa ajudar a fornecer.

Assim a chave para o equilíbrio emocional, a capacidade para ter aquele poder que o homem busca à anos: a capacidade para dirigir a sua vida – é a capacidade de saber dirigir os seus estados.

A chave para produzir os resultados pretendidos, é representar as coisas para si de uma forma que o coloque num estado com tantos recursos que você fica habilitado a empreender os tipos de qualidades de acções que criam esses resultados. A diferença entre as pessoas extraordinárias atrás referenciadas e outras pessoas é que eles representam o mundo como um lugar onde podem produzir qualquer resultado que desejam profundamente.


Tome o controle das suas ações e consequentes estados

A vida é como um rio, está em movimento, como verificámos no exemplo do equilibrista. Você pode ficar à mercê desse rio se não empreender ações deliberadas e conscientes para se guiar a si próprio numa direção que predeterminou. Se não plantar as sementes mentais e fisiológicas dos resultados que deseja, as ervas daninhas crescerão automaticamente.

Se nós não dirigirmos conscientemente a nossa própria mente e estados, o ambiente em que vivemos pode produzir estados acidentais indesejáveis. Os resultados podem ser desastrosos. Assim é vital que, diariamente, estejamos atentos à nossa mente, que saibamos como é que, de uma forma consciente, estamos a representar as coisas para nós.

Lembre-se, de acordo com a psicologia positiva, temos sempre uma escolha acerca de como representamos as coisas para nós próprios. Se você cria uma representação em que a pessoa que ama o está a enganar, rapidamente se encontrará num estado de raiva e fúria. você não tem qualquer prova de que isso é verdade, mas experimenta-o no seu corpo como se fosse, de forma que, quando a pessoa que ama chega a casa, você está desconfiado ou zangado.

Nesse estado, como é que trata a pessoa que ama? normalmente não muito bem, certo? Pode agredi-la ou atacá-la verbalmente, ou simplesmente sentir-se mal internamente e criar um outro comportamento de retaliação mais tarde.

Lembre-se a pessoa que você ama pode não ter feito nada, mas o tipo de comportamento que você produz a partir desse estado vai provavelmente fazer com que ela queira estar com outra pessoa. Se for ciumento, você cria esse estado. A alternativa é você alterar as imagens negativas em imagens construtivas, por exemplo, ver a pessoa que ama a esforçar-se por chegar a casa.

Este processo de criar imagens positivas colocá-lo-á num estado em que, quando a pessoa chegar a casa, você vai comporta-se de uma maneira em que ela vai sentir-se desejada. Podem existir situações em que a pessoa amada pode estar a fazer aquilo que você imaginou, mas para quê desperdiçar um conjunto de emoções antes de ter a certeza? A maioria das vezes é muito improvável que não seja verdade, no entanto, você deu origem a imensa dor, e para quê?

Resumindo

Se assumirmos o controlo sobre a comunicação que mantemos connosco próprios e produzirmos estímulos visuais, auditivos e cinestésicos daquilo que queremos, podem obter-se resultados positivos extraordinários, mesmo em situações em que as probabilidades de sucesso parecem limitadas ou inexistentes.

Se pretende melhorar o seu equilíbrio emocional, conheça a minha palestra: Motivação, Equilíbrio Emocional e Felicidade. Você irá ficar com uma noção do que é o equilíbrio emocional, o que fazer para regular as suas emoções e como obter força emocional para lidar com as adversidades da vida. Você ficará ainda a saber implementar estratégias para promover a sua felicidade. Não perca esta oportunidade, e veja a sua motivação, felicidade e bem-estar a serem potenciados!

 Abraço,

Miguel Lucas

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