Como quebrar o terrível hábito da preocupação?
Psicologia Comportamental 22/09/2016

Como quebrar o terrível hábito da preocupação?

Miguel Lucas Publicado por Miguel Lucas

Podemos considerar a preocupação como um stressor, é uma fonte direta de dores de cabeça, insónia, úlceras, paranóia, desordens de ansiedade, depressão e fobias. Alguns especialistas na área do stress acreditam que a preocupação é uma fonte indireta de desordens que envolvem o sistema imunitário, como o cancro.

Nós podemos literalmente preocuparmo-nos até à morte. Por exemplo, quando a preocupação conduz à depressão e quando esta se torna profunda, o nosso sistema imunitário fica enfraquecido até ao ponto que uma mera constipação pode tornar-se num grande problema de saúde. Sente-se stressado, deprimido, ansioso, irritado, chateado, como se você e só você, estivesse destinado a sofrer?

Incentivo-o a parar de pensar sobre o que está errado e/ou aquilo que o preocupa na sua vida, e proponho que se foque na criação de respostas de utilidade!

A preocupação estabelece uma relação forte com a ansiedade, incluindo ainda pensamentos e imagens de fúria. Isto é o mesmo que dizer que nos preocupamos com coisas que tememos vir a acontecer.  Por exemplo, para a personalidade tipo A (personalidade hostil), a preocupação definitivamente inclui pensamentos e imagens de fúria, dado que neste tipo de pessoas a ansiedade é transformada em fúria.

A preocupação pode definir-se, como uma angústia ou um agitação mental resultante da inquietação, geralmente algo previsível ou iminente. Existem dois aspectos da definição que requerem uma especial atenção.

  • A preocupação é uma atividade mental (cognitiva).
  • A preocupação é geralmente sobre algo que pode ou não pode acontecer no futuro.

Atenção: para uma melhor clarificação da exploração da preocupação, note-se que devem ser levados em consideração os  acontecimentos à distância no espaço, e não só no tempo. Ou seja, por exemplo o que está acontecendo em casa, quando você está no escritório. Assim, a preocupação é uma forma (uma forma muito pobre) para tentar controlar o futuro ou eventos e/ou outras pessoas à distância.

Existem várias formas diferentes de atividade cognitiva (pensamento), algumas conscientes e outras inconscientes. Os processos conscientes incluem autoverbalização, imaginação, raciocínio abstrato, aprendizado, memória e armazenamento em relação a um comportamento intencional, entre outros.

Qualquer atividade consciente pode ser facilmente identificada e controlada directa e imediatamente, e aquilo que fazemos conscientemente também afeta o inconsciente. Assim, considerando a preocupação, sabemos que:

  • Conseguimos identificar e controlar as preocupações.
  • Ao controlar a nossa preocupação consciente, podemos alterar o reservatório da ansiedade. A preocupação cria o conteúdo, cria a matéria prima para a ansiedade.

O tipo de atividade cognitiva consciente que conseguimos mais rapidamente ter controlo é aquilo a que chamamos de: autoverbalização. Todos nós temos diálogos internos sobre as preocupações, esperanças, planos, decisões e assim por diante, e podemos facilmente observar o que estamos dizendo para nós mesmos, como estamos dizendo, quando estamos dizendo, e quais são as nossas perspectivas, intenções e indicações.

Se pretende aprofundar o assunto acerca do impacto das verbalizações na nossa vida, pondere ler o artigo: Deixe de dizer: desculpe, eu não sei, eu não consigo.

Dica: A preocupação, envolve uma grande dose de auto-verbalizações.

O controlo da preocupação pode ser facilmente conseguido através da intervenção intencional do conteúdo do diálogo interno. Uma técnica também muito eficaz na redução ou extinção da preocupação é através de imagens auto-dirigidas (como se fossem cenas de filme no ecrã da nossa imaginação).

PREOCUPAÇÃO E AUTOVERBALIZAÇÃO

Relembre-se, a autoverbalização é simplesmente um diálogo interno, são conversas que temos connosco. Usualmente, quando nos preocupamos temos conversas connosco mesmos sobre coisas angustiantes que antecipamos acontecer. A palavra chave aqui é: antecipação.

A preocupação, é por norma acerca de algo que ainda não aconteceu e que pode ou não acontecer. A preocupação é sempre acerca de algo imaginário.

Não quero com isto dizer, que a preocupação é sempre má, ou que por vezes não possa ser uma coisa útil, por certo será. O que quero aqui apresentar, tem a ver com a preocupação excessiva, com a preocupação exagerada, aquela que acontece sem causa que seja suficientemente justificativa. Este tipo de preocupação é sempre sobre algo que ainda não existe.

A reter: A preocupação excessiva e exagerada, de fato, é um processo que nos torna angustiados sobre algo não existente. Dentro desta perspetiva, acaba por ser bastante inútil e descabido.

Naturalmente, a preocupação é por vezes sobre os eventos que imaginamos estarem acontecendo agora, mas distanciados de nós, como quando nos preocupamos em saber se as crianças estão ou não fazendo os seus trabalhos de casa, enquanto estamos no escritório. Este tipo de preocupação, pode considerar-se ajustada e justificativa. Mas, só se isso não passar a ser uma constante e não nos causar mal-estar.

A ILUSÃO DE SENTIR A PREOCUPAÇÃO

“Mas acha que não é verdade, eu preocupo-me com coisas concretas? Eu sei bem que as coisas que me preocupam são reais e já aconteceram.” Disse-me uma paciente: “O meu marido teve um ataque cardíaco, e isto é bem real, e eu estou extremamente preocupada com isso.”

Não, na verdade a paciente não estava preocupada com o ataque cardíaco, ela estava preocupada com as consequências desse ataque cardíaco e com a repetição de outro. Acontecimento que poderia ou não ocorrer novamente. Ela estava emocionalmente abalada com o ataque cardíaco, mas ele já tinha acontecido, era uma situação conhecida. Nós preocupamo-nos com aquilo que não sabemos ou que tememos.

Você pode sentir-se exactamente da mesma forma em ambas as situações, quando está angustiado sobre um acontecimento real, e quando está preocupado. No entanto, a preocupação é um acontecimento cognitivo e intelectual, que é sentido sobre a forma de um sentimento. E os sentimentos são bem reais.

Esta é a razão pela qual a preocupação o pode confundir ao ponto de ela fazer parte de si. “A preocupação é uma coisa bem real porque eu a sinto.” Esse sentimento é a reacção do nosso organismo aos nossos pensamentos preocupantes. E como sentimos a preocupação, julgamos não ser capazes de a eliminar.  Mas na verdade a única coisa real que acontece quando está preocupado, são os seus sentimentos e não os acontecimentos. Mas isto é uma ilusão.

Quando você estiver preocupado com alguma coisa, muito provavelmente está tendo conversas angustiantes com você mesmo, sobre coisas que imagina poderem vir a acontecer ou estar acontecendo fora da sua observação. Como você está, literalmente, preocupado com “coisa nenhuma”, esses acontecimentos que são imaginados na sua mente, e não no seu ambiente físico real, não há nada que você possa fazer sobre os alvos da sua preocupação. Você sente-se preso, sente-se num beco sem saída. Está desesperançado. Você não consegue fazer nada, acerca de coisa nenhuma. Esta é a ilusão.

Então o que fazer?

Você pode intervir nesses diálogos internos auto-abusivos como se fosse alguém de fora, um mediador. Você pode transformar esses diálogos em atividades úteis e produtivas, com o objetivo de acalmar medos que você sente e quebrar o ciclo mental inútil  de”terrívelisar” as coisas e acontecimentos da sua vida. Veja como:

  • Primeiro, use paragem do pensamento. Diga simplesmente na sua mente, “Pára”. Dispare mentalmente essa palavra, ou mesmo verbalmente, se necessário. Sempre que sinta que está exageradamente preocupado, pare o diálogo abusivo imediatamente. Esta técnica pode parecer demasiado simples, mas digo-lhe que funciona mesmo.
  • Depois, reponha o diálogo preocupante com um diálogo mais funcional e adequado. Na verdade, se alguns dos acontecimentos que está antecipando são susceptíveis de poderem  realmente ocorrer, você não pode desperdiçar o seu tempo preso num ciclo de preocupação. Você tem que planejar as suas respostas mais eficazes, para a maioria dos acontecimentos futuros prováveis (ou os acontecimentos que ocorrem à distância e que o afetarão no futuro). Você tem que determinar se há qualquer coisa que possa fazer de imediato, para impedir ou modificar os acontecimentos. Fale consigo mesmo acerca do que provavelmente irá acontecer. O que é que pode fazer no momento e depois? (Pense naquilo que pode fazer no momento para se preparar, modificar ou prevenir esses acontecimentos imaginados). A outra alternativa, bem menos eficaz é a preocupação.  Onde será melhor focar a sua atenção? Na preocupação, ou controlar os aspetos da sua vida que ainda estão disponíveis e ao seu alcance?

Vejamos o seguinte exemplo: A esposa do senhor que que sofreu o ataque cardíaco, preocupou-se em que medida aquele acontecimento iria afetar a sua vida futura. Qual iria ser o grau de autonomia do marido, até que ponto iria restringir as suas atividades, poderia voltar a trabalhar, até que ponto a sua vida financeira seria afetada se ele não pudesse voltar a trabalhar, iria ele ter outro ataque e morrer?

O que poderia a paciente fazer, para orientar os seus pensamentos e acções de forma mais adequado e funcional? Ela tem que quebrar o hábito nocivo do seu diálogo interno, do seu pensamento de agitação, e focar-se na obtenção dos fatos que são conhecidos, deverá projetar probabilidades, planejar estratégias para lidar com essas probabilidades e fazer tudo o que pode ser feito no momento.

Ela tem que descobrir o que está sendo feito e o que pode ser feito para promover a recuperação do marido, tanto no hospital como em casa. Ela tem que planejar e agir de acordo com as modificações necessárias no estilo de vida do casal, que ajudarão a melhorar a condição geral do seu marido, da sua saúde e resistência às doenças, tais como dieta, exercício físico, tabagismo e redução do stress.

Deverá focar a atenção nas acções de utilidade. Se o marido não pode voltar a trabalhar por um tempo, a mulher deve descobrir os fatos sobre os benefícios por incapacidade que a sua empresa oferece, planejar o seu orçamento familiar levando em consideração os rendimentos familiares mais baixos.

Ela deve decidir se precisa modificar o seu horário de trabalho para assegurar a sua participação no programa de recuperação do marido. Ou, eventualmente se precisa procurar um segundo emprego para colmatar as necessidades financeiras. Em suma, ela não tem tempo a perder com a preocupação, ela tem um monte de planejamento estratégico para fazer e acções a tomar. Em tempo útil.

PREOCUPAÇÃO E IMAGÉTICA

A imagética é a construção de imagens mentais, é o pensamento visual. Sempre que estamos tendo um diálogo interno, geralmente fazemos uso de imagens acerca de tudo aquilo que estamos falando. Então, se você estiver a falar sozinho sobre uma reunião que irá realizar, você está criando imagens na sua cabeça, da sala de reuniões, dos participantes, das acções e reacções dos participantes, acerca do seu desempenho, do discurso que quer fazer e das ideias que quer apresentar.

Se você estiver exageradamente e desadequadamente preocupado com o encontro, as imagens vão ser angustiantes, uma vez que a preocupação será acerca de acontecimentos desagradáveis e indesejáveis.

Para continuar a usar a paciente do marido que sobreviveu ao ataque cardíaco, podemos especular que grande parte da preocupação expressa em imagens mentais que ela planeou, incluem: Visualizar o seu marido como um inválido, ficando totalmente dependente dela, física e financeiramente, viu o saldo da sua conta poupança diminuir, apesar de trabalhar em dois empregos para sustentar o seu estilo de vida. Imaginou a placa “Para venda” em frente da sua casa, que tanto trabalho lhe deu para pagar, mas que era preciso para se reformar, ao mesmo tempo que olhava para o seu marido no caixão recebendo as condolências de amigos e familiares. Todo este “filme” imaginário, foi de incapacidade, foi depreciativo e negativo, mesmo não sabendo se assim iria ser. Tudo porque se focou na preocupação e não na resolução para minimizar ou ultrapassar a situação. Terá valido a pena? sobejamente que não!

COORDENE AS VERBALIZAÇÕES COM AS SUAS IMAGENS

Assim que você consiga controlar e consequentemente implementar os seus diálogos internos adequados e adaptativos, você irá perceber que as sua imagens serão forçadas a mudar devido às novas mensagens que insere no seu pensamento. No entanto, se conscientemente escolher novas imagens para condizerem com o novo diálogo interno que está a criar para si mesmo, certamente acelerará e melhorar os seus resultados.

Técnica muito eficaz: Na verdade, se você tiver dificuldade em alterar as suas auto-verbalizações, mudar as imagens na sua mente será uma ferramenta muito eficaz e poderosa. Isto, porque, essa alteração irá fazer mudar as suas auto-verbalizações.

Quando cria imagens na sua mente, elas são “reais” para o cérebro. Essas imagens são tão válidas como se de fato esses acontecimentos tivessem acontecido. É como nos sonhos, se você sonhar que está a ser muito feliz e subitamente acordar, você sente-se realmente feliz? Quando vê um filme, e ele lhe transmite um forte estado emocional, você está ou não realmente a sentir-se dessa forma?

Não importa se a experiência é interna ou externa, a sua mente não consegue automaticamente fazer a distinção. E, se assim é, podemos e devemos usar esta ferramenta a nosso favor.

Então o que fazer?

  • Primeiro, quando intervir na sua auto-verbalização de preocupação, observe as imagens que cria  juntamente com a preocupação. À medida que você for escolhendo as novas mensagens que decide criar para contrapor a preocupação, irá  querer também visualizar as  imagens mais adequadas que melhor possam contrapor imagens da sua preocupação anteriormente usadas.
  • Em seguida, forme imagens que representem o que você quer que aconteça de forma a que se oponham às imagens do que você teme que aconteça. Por exemplo: a figura da esposa preocupada com o seu marido no caixão, pode ser combatida com uma imagem dele de boa saúde, jogando um jogo ou esporte favorito.

Se você está lidando com um resultado provável de acontecer e que seja desagradável ou indesejável,  provavelmente inevitável, visualize imagens das suas respostas desejadas, adequadas e positivas para neutralizar as respostas/consequências temidas.

FATOS CONCRETOS DO HÁBITO DA PREOCUPAÇÃO

Um novo estudo realizado por Daniel Gilbert (que escreveu um ótimo livro chamado “Stumbling on Happiness“) e Matthew Killingsworth, confirmam algo que já se suspeitava: Nós, seres humano estamos grande parte do nosso tempo, examinado mentalmente. De fato, pouco menos de metade do tempo, 46,9% para ser mais exato, as pessoas estão fazendo o que é chamado de: “vaguear da mente“. Não estamos focados no mundo exterior ou na tarefa em mãos, estamos recorrentemente olhando para os nossos próprios pensamentos. Infelizmente, a observação feita a 2250 pessoas, propõe que esta atividade não nos faz sentir felizes.

O estudo foi desenhado para descobrir que tipo de atividades as pessoas faziam durante um dia completo, e o que as fez mais felizes. A preocupação (vaguear da mente) era apenas uma das 22 possíveis atividades que as pessoas poderiam enumerar.

Os investigadores, descobriram que as pessoas estavam mais satisfeitas quando faziam amor, quando se exercitavam, ou se envolviam numa conversa. Eles foram menos felizes quando descansavam, trabalhavam, ou quando usavam um computador em casa. As pessoas relataram que mente vagueava pelo menos 30% do tempo, durante quase tudo, exceto quando faziam amor.

Avassalador: As pessoas reportam serem infelizes durante o vaguear da mente. Uma das coisas que fazemos quase metade do tempo, faz-nos infelizes! Não admira que existam tantas correntes espirituais e tradições religiosas  transmitindo a ideia  às pessoas para “viverem no presente”.

Aquilo em que as pessoas deixam a sua mente vaguear, afigura-se como um  melhor preditor da felicidade do que as atividades em que as pessoas se envolvem. Pense apenas numa implicações desta descoberta: ela explica por que razão uma determinada tarefa para uma pessoa pode ser o inferno na terra (digamos, o preenchimento dos formulários) e para outra pessoa pode ser o céu, se estas se encontrarem concentradas na tarefa.

A nossa habilidade para pensar pode complicar o sistema de sobrevivência

O nosso sistema de de sobrevivência também pode ser descartado pelas nossas memórias e imaginação. Podemos sentir-nos vulneráveis e com medo, relembrando algo assustador que nos aconteceu anteriormente ou imaginando ameaças que podem ocorrer tal qual se tivéssemos na presença de um perigo real.

Recebemos e processamos o mesmo sinal ameaçador em resposta a um acontecimento que decorre apenas na nossa mente, tal qual aconteceria numa ameaça física ao nosso redor. Conseguimos recordar todo o tipo de acontecimentos passados e imaginar todas as situações futuras de perigo. De forma, que na grande maioria das vezes preparamo-nos para reagir a situações de perigo que já passaram ou podem nem sequer vir a acontecer. Isto quer dizer que processamos mais sinais de perigo do que deveríamos e que isso nos gera confusão.

A preocupação é um tipo de pensamento que definitivamente aumenta a nossa ansiedade e torna as nossa vidas mais difíceis.  Se estivermos preocupados sobre se algo de terrível pode acontecer, provavelmente iremos evitar fazer coisas que poderiam ser engraçadas e recompensadoras. Por exemplo, podemos evitar um novo relacionamento porque temos medo de vir a ser rejeitados.

Preocupação, medo nas suas mais variadas formas, evitamento e ansiedade andam de mãos dadas. É primordial que  quem se sente afectado na sua vida por algumas destas condicionantes do bem-estar, saiba que todas estas condições podem ser melhoradas, prevenidas e eventualmente controladas a nosso favor.

Apresento um conjunto de artigos que escrevi sobre as questões abordadas, e que podem contribuir para a compreensão e melhoria de alguns destes estados incapacitantes:

Palestra em Vídeo

Se ao longo do tempo não tem conseguido libertar-se da sua preocupação excessiva, pondere adquirir a minha Palestra em Vídeo: Como Libertar-se da Preocupação Excessiva.

Se pretende libertar-se do turbilhão de pensamentos preocupantes que têm vindo a consumir a sua energia e a atormentar a sua alegria, esta Palestra é para você.  Aproveite esta excelente oportunidade para aprender a lidar com os conteúdos incómodos dos pensamentos perturbadores até ao ponto que deixam de ser um problema.

Agarre esta possibilidade clicando na imagem em baixo:

Fico esperançado que possa ter ficado mais esclarecido acerca de um problema que afeta a todos nós e daquilo que pode fazer para reprogramar esse terrível hábito.

Abraço,

Miguel Lucas

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