Compreenda melhor o seu filho: Elimine os obstáculos à comunicação
Parentalidade 22/09/2016

Compreenda melhor o seu filho: Elimine os obstáculos à comunicação

Miguel Lucas Publicado por Miguel Lucas

Muitas das palavras e ações que expressamos junto das crianças no sentido de lhes mostrarmos o nosso ponto de vista, opinião ou ajuda, podem ter um efeito aversivo, gerando-lhes irritabilidade ou mal entendidos. Em dois artigos anteriores podemos verificar as 3 armadilhas na comunicação como o seu filho e regras a não esquecer. Em seguida, apresento alguns obstáculos que usualmente atrapalham a comunicação com a criança, prejudicando a compreensão da mensagem que lhes queremos transmitir:

Dar conselhos abrasivos e não solicitados

“O que você deve fazer é ….”

“Se não fosse tão descuidado, você não teria esse problema.”

No primeiro exemplo, salta-se para o resultado ou solução pronta, sem qualquer indicação ou orientação. Ao não questionar ou tentar perceber algumas das razões porque a criança está a ter dificuldade ou eventualmente recusa na execução de algo, invade de forma brusca, autoritária e abrasiva a autoestima e autoconfiança da criança. No segundo exemplo, Critica-se de forma cortante o auto-conceito da criança. Ao personalizar a mensagem, retirou-se da possibilidade de orientar o discurso face ao comportamento, o que automaticamente impede de poder contribuir para uma possível aprendizagem por parte da criança. Ao invés, transmitiu uma mensagem de incapacidade, de diminuição do eu da criança.

Verbalizar os seus sentimentos, aos invés das ações da criança

“Eu não consigo entender porque você faz sempre isso.”

“Fico com raiva quando você simplesmente não parece se importar.”

“Eu questiono-me quando é que será que você irá  aprender?”

São tudo exemplos de verbalizações que fogem ao cerne da questão no que se refere à educação e desenvolvimento da criança. Quando remetemos o discurso para os sentimentos pessoais acerca do resultado dos comportamentos da criança, afastamo-nos do objetivo principal (transmitir mensagens claras, sucintas, objetivas e de suporte). Este afastamento confunde a criança, inibe-lhe a compreensão dos seus atos, obrigando a que ela se foque no seu valor (neste caso de avaliação negativa) e ainda com a agravante de perceber que isso faz o adulto sentir-se mal. O sentimento de culpa por parte da criança passa a ser muito vincado, prejudicando-a.

comunicar com os filhos

Desvalorizar a dor ou problema da criança

“As outras famílias também têm os seus problemas”

“Porque é que você não cresce?”

“Pare com isso. Você está sendo ridículo!”

Constatar factos alheios à experiência da criança, levantar questões que não têm resposta imediata ou adjetivar o comportamento da criança, são formas destruidoras de comunicação que podem provocar alienação. Esta alienação advém da mensagem de desvalorização dos sentimentos da criança. A criança fica confusa, dado que passa a questionar os seus sentimentos e pensamentos, criando uma imagem fragilizada de si mesmo. Com um auto-conceito diminuído a criança passa a movimentar-se de forma insegura e sentido-se incompreendida.

Lamentos e culpabilizações são prejudicais

Existem muitos obstáculos para a compreensão do seu filho. Apresentei alguns dos mais frequentes que ouço quando os pais ou educadores estão chateados. Quando se fica irritado, chateado ou desiludido, inevitavelmente o nosso estado altera-se, e com isso inibem-se alguns discernimentos. Você pode fica com poucas habilidades de escuta. Você pode ficar frustrado porque o seu filho não cumpriu as suas tarefas.

Você pode ficar desconfiado, supondo sempre que ele está sendo desafiador, o que pode conduzir a mal entendidos. Muitos pais esquecem que as crianças cometem erros, e perdem a noção de como os seus próprios lamentos e culpabilizações podem ferir profundamente os filhos.

A criança não pensa como um adulto

Seguem-se alguns pontos cruciais para  manter em mente no sentido de promover a compreensão do seu filho. Lembre-se destes pontos quando você tiver intenção de abordar questões “quentes” com o seu filho. Certamente algumas destas indicações irão ajudá-lo a permanecer calmo e focado no principal objetivo:

  • A criança rebelde ainda não tem maturidade emocional.
  • A criança rebelde quer o seu amor e aprovação.
  • Não compreender a sua criança rebelde irá incendiar os seus comportamentos desafiadores.
  • As crianças rebeldes sentem-se mal entendidas
  • A rebeldia é inerente à criança
  • A criança está a ser “criança”

Abraço,

Miguel Lucas

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